O Arquivo 154 é um
projeto que idealizei em celebração à Semana do Município de Itapajé, com a
finalidade de publicar rápidas entrevistas com personalidades que estudam a
nossa história local. As indagações aos entrevistados envolveram história,
curiosidades e política local.
O 22 de Dezembro
versus o 20 de Julho:
Entrevista com
Sebastião Neto
O senhor é, provavelmente, a única personalidade pública que
defende o dia 22 de Dezembro como sendo a data de emancipação do município de
Itapajé, ao invés de 20 de Julho. Por quê?
Itapajé foi criado pela Lei nº 22.12.1849
pelo Presidente da Província, Dr. Fausto Augusto de Aguiar (1848-1850) E
INSTALADO PELO Presidente da Câmara Municipal da Imperatriz, Antônio José dos
Santos em 02 de dezembro de 1850.
A primeira Câmara Municipal: José Teixeira Bastos - Presidente. Demais Vereadores,
Francisco da Cruz e Mello, Francisco de Salles Gomes Júnior, Manoel Rodrigues
Barreto e Vicente Francisco de Sousa. A cópia da Ata do Termo de Instalação me
credita a fazê-lo.
Em qual momento da história de Itapajé o 20 de Julho passou a
ser usado oficialmente, ao invés do 22 de Dezembro?
O momento equivocado dessa
loucura histórica negativa foi por ocasião do Centenário. 20 de julho de 1859
foi a data da transferência da administração da antiga Vila Constituinte (Santa
Cruz da Uruburetama) para o Riacho do Fogo, onde hoje é a nossa cidade,
enquanto Santa Cruz é distrito.
O filho do senhor, Kelsey Forte, foi Prefeito Municipal. Por
que o senhor não aproveitou aquele momento de aproximação com a gestão para
abrir um fórum de discussão em relação à data de emancipação do município?
O Kelsey proporcionou-me
oportunidades de debates culturais sobre a história de Itapajé, através de sua
Secretaria de Cultura e do seu Relações Públicas Tarcísio Ferreira, junto às
escolas, tanto do Estado quanto do Município. Inclusive na publicação de livros
distribuídos com a população, como por exemplo, no dia da instalação do
Instituto Gerson Ferreira. Gratuitamente.
Na opinião do senhor, qual o maior legado que a gestão Kelsey
Forte deixou para nossa história?
O respeito pela dignidade dos
seus concidadãos. Um título de Prefeito Empreendedor, dois prêmios do Unicef,
obras históricas, lazer esportivo para as crianças pobres, estádio aparelhado
inclusive com iluminação para a prática do esporte; CAPEDI, o bom entendimento
entre as pessoas e a compreensão nos erros e acertos dos seus adversários
contra os quais nunca se insurgiu com maldade ou desapreço. Dentre outras
coisas.
Todo gestor comete equívocos. Onde Kelsey pode ter falhado
administrativamente?
Pode ter sido, creio, quando
confiou demais em quem certamente não devia ter confiado. Todavia até aqui,
mesmo assim, ainda não teve nenhuma nota de improbidade.
Qual mensagem o senhor deixa para os apreciadores da história
de Itapajé?
Que aprofundem os seus estudos,
pesquisas e conhecimentos que a nossa terra tem muito a mostrar de sua
grandeza. E não procurem mudar a legislação, em prejuízo da verdade histórica.
Agradeço ao Dr.
Sebastião Neto por responder as questões levantadas. Muito obrigado.
Itapajé-Ce, Julho
de 2013.
Cesário Pinto.
Com essa última
entrevista, encerramos a série Arquivo 154. Nossa visão é que tal iniciativa
possa instigar outros itapajeenses a refletirem mais sobre a necessidade de
olharmos nossa história e seus aspectos pelas mais variadas visões e
perspectivas, como também serem motivados a redescobrirem quem somos, quais
nossas raízes.
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