Os
espíritas sempre voltam à tona quando o assunto é a aparição de Moisés e Elias
a Jesus, passagem descrita nos Evangelhos. Apreciam usar o argumento de que, se
“mortos” apareceram para Cristo, por que nós também não podemos ter o mesmo
contato? Um amigo espírita tratou sobre isso outro dia em seu blog e ainda
argumentou, afirmando que, o próprio Jesus teria dito que, com fé, poderíamos
fazer coisas até maiores que as que Ele fez. É verdade. O Senhor Jesus
realmente disse isto:
“Na verdade, na verdade vos
digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará
maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” João 14:12
É verdade também que, segundo
a Palavra, Moisés morreu:
“Assim morreu ali Moisés, servo
do SENHOR, na terra de Moabe, conforme a palavra do SENHOR.” Deuteronômio 34:5
Apesar
da “morte” de Moisés, seu corpo NUNCA foi achado. Por isso, criou-se uma crença
entre os judeus sobre o fato:
“Mas o arcanjo Miguel, quando
contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou
pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.”
Judas 1:9
Quanto
ao profeta Elias, as Escrituras afirmam que ele foi levado aos céus vivo, em um
redemoinho de fogo, uma obra sobrenatural:
“E sucedeu que, indo eles andando e falando,
eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias
subiu ao céu num redemoinho.” 2 Reis 2:11
O que me deixa mais intrigado é a seguinte
questão: em uma rápida lida nos evangelhos, veremos que as obras sobrenaturais
que Jesus mais realizava eram curas diversas, além de ressurreições. São tantas
que não cabe sequer citar suas passagens, basta, como já disse, analisar
rapidamente os evangelhos.
A suposta aparição de um “morto”, no caso,
Moisés e não Elias (ainda que a morte de Moisés seja refutada por muitos
teólogos) a Jesus foi somente uma única vez. Agora pergunto: se com fé é
possível realizar milagres maiores que os que Jesus fez, por que os espíritas
não são instrumentos para grandes curas divinas e ressurreições? Sim, pois é
uma questão estatística: se Jesus curou e ressuscitou tantas pessoas, por que
os espíritas não fazem o mesmo, já que usam o argumento da única aparição de
“um morto” a Jesus como base para a invocação “aos mortos”?
Pior ainda: a doutrina espírita alega que a
mediunidade é um bem concedido a muitos e, em alguns casos, desde a infância.
Há casos de pessoas que vêem vultos ou figuras humanas desde a mais tenta
idade, na maioria das vezes lhes causando angústias, MEDOS e transtornos
psicológicos contra a própria vontade. Isso é fé? Isso é o que Jesus realmente
se referia, ao falar sobre a fé que faria obras maiores que as dEle? É certo
que não.
Hoje diferenças de crenças e valores me afastam
de algumas práticas e pensamentos católicos, espíritas e, inclusive,
evangélicos. Considero-me e me intitulo apenas como “cristão”, aquele que tenta
seguir Jesus e seus valores de graça e misericórdia, alimentando-se pela
Palavra, pela oração e pelo exercício prático de AMOR ao próximo. Nem por isso
deixo de ver virtudes nesses outros três segmentos. Criticar os evangélicos, de
forma generalizada, devido a escândalos e práticas pagãs e antiéticas de alguns
grupos (ou de muitos!) não parece ser justo. Por mais crítica que seja a
situação ética atual do protestantismo brasileiro, cabe lembrar que as igrejas
e comunidades evangélicas foram responsáveis, em todo o mundo, nos últimos quarenta
anos, pela recuperação de milhões de lares desestruturados pelas mazelas sociais,
como o alcoolismo e os narcóticos, além de tratar de outros milhares de pessoas
adoecidas pelos transtornos psicológicos, causadores de depressão e tentativas
suicidas. O Desafio Jovem, criado por David Wilkerson, é um exemplo disso.
Esquecer-se de conquistas do atual movimento
evangélico, mesmo com seus muitos equívocos, como a atual avareza e o fundamentalismo em alguns segmentos,
seria o mesmo que negar a contribuição cultural e artística da Igreja Católica
e do Protestantismo Histórico para o desenvolvimento do Ocidente e de todo o
mundo, ou ainda, esquecer-se do serviço dos espíritas kardecistas à sociedade
brasileira, com suas reconhecidas obras de caridade.
Hoje e agora, enquanto discutimos o “sexo dos
anjos”, milhares de cristãos são presos, torturados e martirizados por causa da
Fé em Jesus, em países como a Coréia do Norte, Arábia Saudita e Vietnã. Esse é
o verdadeiro cristianismo e é a verdadeira “espiritualidade no sentido
prático”. Quem quiser, assim, fazer “obras maiores que a de Jesus”, deve “tomar
a sua cruz” e segui-Lo!
Que Deus nos abençoe!
Cesário C. N. Pinto
Itapajé – CE, 08 de Março de 2012.
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