... O Destino é uma limitação e um condicionamento da liberdade do homem, e nada mais que isso. Para o homem ser livre não é preciso que seja totalmente livre, nem incondicionalmente livre, mas sim que de algum modo, ao menos, seja livre.
Quer dizer que há Destino? – Sim, há Destino, sem a menor dúvida. A vida do homem é, em grande parte, determinada pelo Destino, isto é, por acontecimentos que fogem, completamente, à liberdade humana.
Mas o Destino não nega nem contradiz a Liberdade do homem. O Destino o que faz é unicamente marcar os limites em que o homem há de exercitar a sua liberdade. Dentro dos condicionamentos do Destino o homem é livre de fazer ou deixar de fazer um interminável número de coisas, das quais a primeira e fundamental é a que podemos chamar de “escolha do sentido moral da vida”.
O Destino é como um navio, que nos leva através de todos os mares da existência. Podemos dentro de um navio, fazer ou deixar de fazer mil coisas diferentes, podemos, livremente tornar a viagem agradável ou desagradável, boa ou má, útil ou prejudicial, mas... enfim, é o navio que nos leva, não somos nós que levamos o navio!...
Fonte: do Eterno e do Efêmero, Filosofia. Fernando de Barros Leal. Universidade Federal de Pernambuco – Imprensa Universitária – Recife – 1967
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