Quando Deus quis dimensionar, a Abrão, a grandeza da Sua promessa, pela qual ele, mesmo já velho e com uma esposa estéril, teria um filho, o Senhor lhe disse: “Olha para os céus e conta as estrelas, se é que podes... assim será tua descendência...” – Anos após, AbraÃo, o “pai de multidões”, viu a promessa divina se cumprir.
Jacó, o trapaceiro, teve entre suas muitas idas e vindas o testemunho das estrelas; fugindo do seu irmão, teve uma visão noturna na qual uma escada ligava céu e terra, por onde anjos subiam e desciam; anos depois, viveu uma experiência onde seu nome foi mudado para Israel e ali, naquele lugar ermo, as estrelas o viram “lutando com Deus”.
José, filho predileto de Israel, viu o céu estrelado do deserto enquanto era levado por mercadores para ser vendido no Egito. Tempos depois, talvez pelas grades da prisão, contemplava as noites estreladas enquanto sofria o seu injusto encarceramento, até mais tarde ser coroado governador do Alto e Baixo Egito.
Séculos após, o grande príncipe Moisés, criado como egípcio, mas cônscio de sua origem hebraica, precisou fugir às pressas, tendo as estrelas como suas companheiras; no frio do deserto, contemplou as constelações por décadas de pastoreio e em mais quarenta anos, vividos na mais surpreendente peregrinação da história, o Êxodo dos hebreus.
Assim, as histórias bíblicas, de Moisés em diante, continuarão sempre descrevendo fugas, lutas, vigílias, onde as estrelas sempre, de alguma forma, se farão presentes. Parece que Deus deseja que o homem olhe para o céu. Prova disso foi o sinal da chegada do Salvador. O Pai, usando mais uma vez as estrelas, uma em especial, traz três mestres do oriente para reverenciarem o recém-nascido, o Ungido do Senhor, nascido em um local tão simples, mas sendo contemplado por estrelas, anjos e toda a criação, dando glória a Deus nas alturas.
Tenho a impressão que Deus quer que contemplemos aos céus, como fez Abraão – com um olhar espiritual. Que em cada estrela ou constelação, vejamos Sua fidelidade e cuidado conosco. Jesus, o Senhor, buscava ao Pai pelas noites, em oração, vigiado pelos astros celestes. Há sempre uma reflexão quando paramos e meditamos sob o céu estrelado; com olhos espirituais, vemos, na beleza das constelações, sistemas e galáxias, a grandeza da misericórdia do Senhor e o cumprimento de Suas promessas ao homem.
Cesário C. N. Pinto
Itapajé – CE, 30 de Maio de 2015.
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