segunda-feira, 25 de julho de 2011

FILME DANÇA COM LOBOS

Desde criança vi chamadas na tv sobre o filme Dança com Lobos, porém nunca quis assistir, pensando ser somente mais um filme que tratasse da relação entre o homem e animal, devido o título do filme, no clássico estilo dos filmes da Sessão da Tarde. Estava completamente enganado. Fazendo recentemente um giro com o controle remoto me deparei finalmente com esse filme, que prendeu minha atenção até o fim. É de fato um clássico:

Dances with Wolves (Dança com Lobos) é um filme estadunidense de 1990, dos gêneros drama e aventura, dirigido por Kevin Costner e baseado em romance de Michael Blake. O filme, que marca a estréia de Costner na direção, foi produzido por ele e Jim Wilson. A trilha sonora é de John Barry, a direção de fotografia de Dean Semler, o desenho de produção de Jeffrey Beecroft, a direção de arte de William Ladd Skinner, o figurino de Elsa Zamparelli e a montagem de William Hoy, Chip Masamitsu, Steve Potter e Neil Travis.

Desde os anos 1980, quando o número de produções ambientadas na época do Velho Oeste estacionou próximo ao zero, todo filme que trabalha com a iconografia clássica do faroeste (caubóis, paisagens do deserto, duelos, cavalgadas ao pôr-do-sol) é saudado pela mídia especializada como responsável pela ressurreição do mais norte-americano dos gêneros. Mas se há um longa-metragem específico que merece receber este rótulo é “Dança com Lobos” (Dance with Wolves, EUA, 1990). A estréia de Kevin Costner na direção encerrou um hiato de vários anos sem grandes westerns épicos, arrecadando uma enorme bilheteria (US$ 180 milhões) e faturando de quebra sete Oscar, inclusive de melhor filme e diretor.

O resultado positivo alcançado, além de alçar Costner ao papel (na época) de maior astro de Hollywood, provou que ainda havia espaço no mercado cinematográfico para narrativas clássicas sobre a época da expansão das fronteiras dos EUA. Mais do que isso: ao mostrar que o faroeste ainda dava lucro, Costner abriu as portas dos grandes estúdios para uma série de produções que flertaram com o gênero de diversas maneiras, mesclando-o com paródias cômicas (“Maverick”), aventuras juvenis (“Os Jovens Pistoleiros”) e até obras maduras que reviam, com serenidade, as fundações éticas e morais do gênero (“Os Imperdoáveis”, de Clint Eastwood, também ganhador do Oscar). Ainda que seja possível encontrar problemas no filme de Kevin Costner, é preciso dar ao ator/diretor/produtor o crédito por isto.


Contemplativo e repleto de belas imagens da natureza, “Dança com Lobos” se insere na linhagem dos faroestes revisionistas dos anos 1970. Títulos como “Mais Forte que a Vingança”, por exemplo, buscavam tirar dos índios o papel tradicional de vilões, apresentando-os como uma espécie de versão ianque do “bom selvagem” de Rousseau. Os personagens desta linhagem do western são homens solitários que vivem um mal-estar com a civilização. Eles buscam uma vida mais simples, longe das cidades e em comunhão com a natureza, como forma de purificar o espírito. Assim é o tenente John Dunbar (Costner), oficial ferido em combate que, tido como herói da Guerra Civil dos EUA, ganha a chance de escolher onde deseja servir.

Ao contrário do esperado, Dunbar pede para ir ao posto mais avançado da fronteira a oeste do país, no limite do território selvagem dominado pelos índios. Ele sabe que aquela região está fadada a desaparecer em poucos anos, e pretende experimentar um pouco da vida simples de um homem do campo. Desejo atendido, ele se estabelece num pequeno rancho com provisões para alguns meses, enquanto espera a chegada de outros militares, tendo como companhia um cavalo fiel e um lobo manso que o acompanha de longe, em uma metáfora inteligente para o comportamento do próprio Dunbar em território estranho. Lá, o militar trava contato com a tribo sioux, aprende a admirar e respeitar os índios, e até mesmo arranja um interesse amoroso – convenientemente, uma mulher branca (Mary McDonnell) criada pela tribo.

Narrando a história de forma deliberadamente lenta e recheando-a com imagens de comunhão entre ser humano e natureza, Costner criou um faroeste pacifista, com mais de três horas de duração e apenas duas ou três cenas de ação, inclusive uma sensacional caçada a uma manada de búfalos, filmada de forma esplêndida. É verdade que o terceiro ato do filme é nitidamente maniqueísta (quando os militares voltam a entrar em cena, são todos idiotas rascunhados melodramaticamente, da mesma forma que os índios sempre têm coração puro), que o uso de clichês e convenções dos velhos westerns clássicos poderia ser menor, e que o medo impediu o diretor de criar um romance inter-racial que seria muito mais ousado e inteligente, mas ainda assim “Dança com Lobos” oferece um bom espetáculo para amantes do velho cinema clássico de Hollywood.


Fontes:http://www.cinereporter.com.br/criticas/danca-com-lobos/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dances_with_Wolves

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