Anos
atrás fui a uma prova de concurso público em Sobral, onde tive que pernoitar.
Só não fiz algo básico: a reserva em pousada ou hotel. Confiava que, numa
cidade do porte da Princesa do Norte,
haveriam vagas suficientes quando lá chegasse. Mas não haviam. Cheguei no
sábado pela tarde e a prova era domingo de manhã. Todos dormitórios reservados.
A cidade lotada de candidatos, vindos de todos cantos, inclusive de fora do Estado;
gente chorando, gente que não encontrava mais vaga em lugar nenhum. Era o
estresse véspera de prova.
Lembro-me
que, logo na primeira pousada que fui - a única que eu tinha o contato - um
senhor ali hospedado de pronto resolveu me ajudar. Sua profissão: mágico de
festa infantil. Estava de passagem por Sobral. Mas era um mágico que falava o
tempo todo sobre Jesus Cristo, um evangelista. Era já fim de tarde e seguimos a
pé, pelo centro da cidade, procurando vaga. Não encontramos. Foi muita
inexperiência minha.
Naquele
dia fiquei apreensivo, mas ainda assim havia paz em mim, até estranhei, depois do
episódio. Senti uma segurança interior tão forte e rara que, quando caminhávamos
na rua, tive até vontade de rir da situação, andando e pensando: “vou ficar quieto e ver o que Deus vai
fazer”. Voltamos então e aquele mágico conseguiu, conversando muito com o
proprietário, abrir uma exceção e me alocar na sua pousada. No fim daquele dia abri
as Escrituras e caiu nessa passagem: “pois Tu me tens sido alto refúgio e
proteção no dia da minha angústia” (Salmo 59:16).
Deus
sempre coloca anjos em nossos caminhos; nós é que nem sempre percebemos. Em sua
maioria são seres espirituais, mas há também aqueles de carne e osso, anjos
humanos, humanos anjos, caminhando contigo na rua, em casa, no trabalho, oferecendo
ajuda, despretensiosamente, a quem precisa. É fascinante quando encontramos àqueles
a quem Deus usa para o nosso cuidado, mas igualmente é compensador quando nós
também nos dispomos a sermos anjos nas mãos do Senhor, em favor de quem carece
de auxílio, no momento da precisão.
Cesário Pinto
Um comentário:
Tenho uma história parecida do meu concurso mas depois te conto...
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