Sílvio criou um
vínculo afetivo com o brasileiro. Eu temia quando essa notícia chegasse aos
ouvidos e olhos da minha mãe, qual seria a reação dela, uma daquelas grandes fãs
dele, uma colega de trabalho onde seu auditório era a poltrona da sala de casa em
todos os domingos. Mas nessas horas é que dizemos que os planos divinos são
perfeitos, ainda que incompreensíveis. O Alzheimer dela, diagnosticado em 2020,
e o afastamento de Sílvio da tv nos últimos dois anos, criou uma separação que
não a fez sentir um pesar mais forte, mesmo vendo o alvoroço no noticiário. Sabe
viver a vida quem consegue ver o bem, mesmo nos males; sim, não existe apenas o
“Mal do Alzheimer”, pois até no Alzheimer existe o lado bom, pra quem assim
souber enxergar.
Sílvio Santos fazia parte daquela tríade dos incontestáveis grandes artistas nacionais, junto com Pelé e Roberto Carlos. Mesmo inteligente, sagaz mais precisamente, atribuía sua fonte de sucesso muito mais ao trabalho do que à sorte: “10% é inspiração, mas 90% é transpiração”. Sua biografia se torna fonte de inspiração para o brasileiro comum, não pelo patrimônio conquistado, (principalmente se pensarmos que de um jovem ambulante ele se tornou num grande empresário nacional) mas muito mais pelo exemplo de alguém que foi saudavelmente ambicioso, reto e feliz no trabalho que exercia.
Cesário C N Pinto
Itapajé-Ce, 18 de Agosto de 2024.
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