“Que é a vossa vida?
Sois, apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa” – já
dizia São Tiago, em sua epístola aos primeiros cristãos. Essa declaração, mesmo
aterradora, é clara por nos trazer novamente à luz aquilo que não percebemos com
a passagem da nossa existência, de nossas experiências e vivências, por vezes
ocupados com amenidades ou talvez por fomentarmos e alimentarmos ciclos viciosos
baseados no espírito da ira, mágoa, inveja e toda espécie de veneno para a própria
alma.
Ouvi outro dia: “- E adianta não perdoar?!” - Essa pergunta, em forma de
constatação, vinda de um dramático personagem fictício de TV, foi, sem dúvida
alguma, uma das frases mais coerentes que ouvi ultimamente, mesmo vindo de onde
veio, uma telenovela. Tal declaração dá ideia e desencadeia um princípio
simples, verdadeiro, forte e igualmente profundo: Eis a redenção do coração, a
redenção através do perdão! Contudo, não somente por meio do perdão, mas também
pelo poder que temos para nos reinventar, revendo conceitos e comportamentos,
recomeçando por um caminho melhor e reavendo aquilo que tínhamos de bom e
deixamos esquecido no passado.
Vemos que a decisão, por exemplo, de não perdoar, não muda nossa vida e
nem a torna melhor. Simplesmente fará dela uma existência mais amarga do que já
possa ser. Mas não paro por aqui, pois:
- Não adianta não perdoar;
- Não adianta lamentar pelo o que não se pode mudar;
- Não adianta odiar;
- Não adianta praticar a inveja;
- Não adianta cultivar a mágoa;
- Não adianta exercer a vingança.
Pior do que não perdoar, odiar, ou ter inveja, é alimentar, constantemente,
no âmago da alma, esse tipo de sentimento “alienígena”. Bem nenhum resultará ao
coração que guarda e nutre em si o incansável desejo de atingir, pela via da
maldade, o objeto de sua fúria, ira, mágoa. Enfim, sempre o principal atingido
é aquele que a esses sentimentos cultiva.
Que Deus nos abençoe!
Cesário C. N. Pinto
Itapajé – CE, 27 de Outubro de
2012.
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