Um atentado na madrugada deste sábado contra religiosos da Igreja Copta do Egipto, primeira comunidade cristã do Oriente Médio, fez 21 mortos e 43 feridos, segundo o porta-voz do ministério da Saúde, Abderrahman Chahine, citado pela agência de notícias oficial Mena.
O ataque foi registrado em frente à igreja dos Santos (al Qidisin) em Alexandria, a grande cidade do norte de Egito, por volta da meia-noite e meia, quando os fiéis deixavam o templo.
Segundo o ministério do Interior egípcio, o atentado teria sido cometido por um terrorista suicida. Uma testemunha disse ao canal privado On-TV ter visto um automóvel verde da marca Skoda estacionar diante da igreja à 00H20. Alguns homens saíram do veículo, que pouco depois explodiu.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, pediu a união de cristãos e muçulmanos ante o terrorismo. Mubarak, citado pela agência oficial Mena, fez um apelo "aos filhos do Egito -coptos e muçulmanos- a se associarem contra s forças do terrorismo e aos que querem atentar contra a segurança da pátria, sua estabilidade e unidade de seus filhos".
Na manhã deste sábado, dezenas de cristãos se manifestavam diante do templo. "Onde está o governo?", perguntavam os fiéis. "Por nossa alma, por nosso sangue, nos sacrificamos por ti, oh cruz!", gritavam.
Diante do templo, uma bolsa destroçada de uma vítima e pedaços de roupa ainda estavam no chão, horas depois do atentado. "Se o bispo terminasse a missa dois minutos antes, o banho de sangue teria sido pior", contou à AFP, no hospital local, Nermine Nabil, ferida na explosão.
Mas o que mais preocupa a esta jovem mãe de família são "os serviços de segurança que nada fazem, permitindo que o carro estacionasse diante da igreja, apesar da proibição firme das autoridades", após ameaças da Al-Qaeda.
O atentado, não assumido até agora, acontece dois meses depois que um grupo próximo ao braço iraquiano da Al-Qaeda, chamado Estado Islâmico do Iraque, ter proferido ameaças contra a Igreja Copta do Egito. Este grupo se responsabilizou pelo ataque do dia 31 de outubro à catedral siríaca católica de Bagdá, no qual morreram 46 civis, entre eles dois sacerdotes, além de sete membros da força pública e cinco atacantes.
Também ameaçou atacar a Igreja Copta do Egipto se esta não libertasse duas cristãs que, segundo o grupo, estão "encarceradas em mosteiros" por terem se convertido ao Islã.
As duas mulheres mencionadas são Camilia Chehata e Wafa Constantine, esposas de dois sacerdotes coptos, cuja suposta conversão ao Islã teria causado muita polêmica no Egipto. Refaa al Tahtaui, porta-voz de al Azhar, a grande instituição de difusão do Islã sunita com sede no Cairo, interveio na televisão pública para denunciar um atentado que, segundo ele, ataca "a unidade nacional egípcia", e fez um apelo à calma a cristãos e muçulmanos.
Segundo as estimativas, os fiéis da Igreja copta, a maior comunidade cristã do Oriente Médio, representam entre 6 e 10% da população do Egito, de um total de 80 milhões de habitantes.
Fonte: http://www.em.com.br/ (Estado de Minas extraído da Agência AFP - Agence France-Presse)
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